Por que os cães fogem de casa?

Você sabe o motivo dos cães fugirem de casa? O que fazer? E se você encontrar um cão perdido?

Se você está pensando que seu cão nunca vai fugir porque lhe ama incondicionalmente, saiba que os motivos mais comuns para uma boa escapada não estão relacionados à falta de amor ou de “gratidão” do bicho. Muitas vezes são puramente hormonais ou instintivos.

Veja os principais motivos das escapadas:

  • A cadela está no cio, ou o macho sente o cheiro de uma cadela no cio pela vizinhança.
  • O instinto de caça é muito forte ou o seu peludo é muito curioso e quer reconhecer o território, principalmente se for um cão jovem;
  • Por medo de trovoadas, fogos, ou mesmo ansiedade de separação (medo de ficar sozinho);
  • A família se mudou para um novo endereço e o cão foi recém-introduzido a um novo território;
  • O cão sai à procura de seus donos que viajaram e estão fora de casa por vários dias consecutivos;
  • O cão está em uma hospedagem ou local que não reconhece como seu território ou a casa de sua família humana;
  • Cães velhinhos ou doentes tendem a ficar desorientados com maior frequência e podem se perder mesmo em trajetos e lugares conhecidos;
  • Mesmo sem que os donos saibam, o cão pode estar sofrendo maus-tratos por alguém que frequenta a casa;

Alguns cuidados:

  • Manter sempre uma medalha de identificação no animal (com nome e telefone para contato);
  • Se a sua casa é do tipo que tem “entra e sai” o tempo todo e o portão dá direto para a rua, considere colocar um segundo portãozinho. Pode até ser um portão removível como o Tubline. A ideia é que as pessoas tenham que abrir um portão e fechá-lo atrás de si antes de abrir o outro. Assim fica mais fácil controlar os peludos que gostam de forçar sua passagem por meio das nossas pernas.
  • Nos dias de jogos de futebol, festas de fim de ano ou comemorações com fogos, coloque seu peludo dentro de casa. Deixe-o ficar em um lugar quietinho, com água disponível e uma caminha. Tome cuidado com janelas e portas de vidro, pois alguns cães ficam tão desesperados que tentam atravessá-las. Alguns peludos ficam mais confortáveis em lugares bem pequenos (um quartinho, ou debaixo de algum móvel). Outros preferem liberdade para correr e latir. Observe seu cão e escolha o melhor lugar para ele.
  • Se o peludo fica em canil, considere telar toda a parte de cima. Tem muito cachorro que escala as telas laterais e empurra as telhas para fugir.
  • Considere a possibilidade de castrar o animal se você não pretende ser um criador. O cio é um dos grandes causadores de fugas, seja por parte da fêmea que precisa encontrar um parceiro, ou por parte do macho que sai para a “farra” e se perde no mundo.
  • Não permita que o seu cão saia para passear sozinho. Deixar a porta aberta para ele dar a sua voltinha sem a companhia de um humano pode parecer conveniente e prático, mas coloca o seu cão à mercê de inúmeros riscos. Ele pode se perder, ser roubado, atropelado, atacado por outro cão. Uma voltinha com você vai fazer muito bem para os dois.
  • Se você se mudou recentemente, apresente seu cachorro para o porteiro do prédio ou condomínio e peça para ele segurar o seu cão, caso o peludo apareça por lá sozinho. Você pode até deixar uma pequena guia e um potinho de biscoito para cães para ajudá-lo a “cercar” o bicho.

O que fazer se o cão sumir?

  • Não perca tempo. Assim que você se der conta que seu cão não está por perto, saia imediatamente para procurá-lo. Quanto mais cedo você for atrás dele, maiores serão as chances de encontrá-lo. Quase 40% dos cães são encontrados nas primeiras 24 horas.
  • Não restrinja a área de busca a poucas quadras. Cerca de 30% dos cães são encontrados entre 2 e 4 km de distância de sua casa.
  • Enquanto você vai procurando, avise a todos os pet shops, clinicas veterinárias, casas de ração e pessoas conhecidas que você for encontrando pelo caminho.
  • Peça para alguém da família ir imprimindo alguns folhetos ou cartazes com a foto do seu pequeno, nome e telefone de contato. Cole estes folhetos em pontos de ônibus, de táxis ou vans, padarias, farmácias, bancas de jornal e em postes (principalmente perto de clínicas veterinárias e escolas). Não coloque todos os detalhes que possam identificar seu cachorro, como marcas e cicatrizes, para você eliminar possíveis enganos ou má fé das pessoas. Considere incluir um aviso de recompensa pela devolução do seu amigão. Cerca de 70% dos cães são encontrados com a ajuda de outras pessoas.
  • Vá aos abrigos de cães próximos e também ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da sua cidade. Deixe seus dados e de um amigo ou parente para contato.

O que fazer se você achar um cachorro perdido?

  • Em primeiro lugar, não ignore um cachorro que parece perdido na rua. Você pode ser a única chance que ele tem de se manter vivo e voltar para a casa.
  • Se você acha que um cachorro parece perdido e confuso, tente se aproximar com calma. Agache-se e chame-o na sua direção. Procure olhar de lado para ele, evite encará-lo nos olhos e ofereça sua mão para ser cheirada. Nunca vá colocando a mão diretamente no bicho, principalmente se ele estiver machucado, assustado e arredio. Dê um tempo: o mais provável é que ele se aproxime de você aos poucos e deixe ser tocado. Experimente usar alguma comida como atrativo.
  • Se for preciso use o seu cinto para improvisar uma coleira. Procure falar palavras carinhosas enquanto mostra a coleira improvisada. Cachorros perdidos costumam demonstrar boa vontade com pessoas que querem resgatá-los.
  • Verifique se o peludo tem uma medalha de identificação. Se este for o caso, entre em contato imediatamente com o telefone informado. Deixe recado se ninguém atender ao telefone, pois as pessoas podem estar na rua procurando o peludo.
  • Se o bicho não tiver nenhuma plaquinha de identificação, procure um veterinário e verifique se o cachorro tem algum microchip – hoje em dia são muito comuns, principalmente em cães de raça, e possuem informações que podem identificar o dono do bichão. Verifique também se o animal tem uma tatuagem (normalmente na orelha ou na parte interna da coxa).
  • Avise aos pet shops, veterinárias, casa de ração e vizinhos da sua região. Considere colocar cartazes em locais bem movimentados avisando que um cão foi encontrado, mas não detalhe todas as características do bichinho. Todo esforço vale a pena para tentar encontrar o dono do peludo.

Se depois de todos os esforços ninguém aparecer e você decidir ficar com ele, redobre o cuidado, porque provavelmente ele tentará fugir várias vezes antes de se sentir em casa e confiante. Não é incomum que o cão tente voltar para sua casa original por uns quatro meses depois de ter sido recolhido. Isso não quer dizer que ele não lhe ame, nem que é “ingrato”, é apenas um instinto natural de tentar retornar para a sua matilha. Tenha paciência e seja gentil com o peludo que ele acaba sossegando.

Por fim, uma última recomendação: nunca deixe enforcadores no pescoço do seu cão sem supervisão, pois se eles se prenderem a algum galho ou saliência, seu bicho pode acabar realmente enforcado. Para o dia a dia use sempre uma coleira de nylon, bem resistente e leve.