Raças e Grupos de Raças

Raças de Cães

Quando começou a associar-se com o homem, o cachorro já se diferenciava em várias raças. As raças de cachorros que conhecemos hoje apresentam uma diversidade muito acentuada de aspectos distintivos, cuja explicação não está somente na tendência natural do cão à variação, mas também dos efeitos de uma domesticação muito antiga.

Aqueles que sustentam a tese segundo a qual o atual cachorro doméstico descende de uma única espécie primitiva, apontam como causa da diversificação as mutações naturais, a ação de fatores ambientais, climáticos e reprodutivos, assim como a domesticação, isto é, a intervenção do homem que, através dos tempos trabalhou para obter a fixação das diferentes características físicas e psíquicas, apropriadas para satisfazer distintos interesses de trabalho ou esportivos.

Todas estas causas atuando juntas ou separadas, teriam contribuído para explicar o polimorfismo dos cachorros e também se descendem, como outros sugerem, de vários progenitores.

Com o passar do tempo, os cachorros assumiram papéis cada vez mais específicos na vida do homem: especializaram-se em diversos sistemas de caça, guarda e pastoreio de rebanhos, tração de trenós, e ainda em atividades de combate contra outros animais.

Podemos considerar que há nos dias de hoje, cerca de trezentas diferentes raças de cachorros que são reconhecidas internacionalmente, além de outras tantas raças de cães mais novas, que já obtiveram um registro provisório nas associações cinófilas. As raças de cachorros estão dividas em 11 grupos caninos.

Em épocas antigas já havia-se tentado ordenar e agrupar as distintas raças caninas. As primeiras classificações das raças de cachorros já eram elaboradas levando-se em consideração suas diversas aptidões e a mais adequada utilização de cada uma delas.

Nas exposições caninas, que se desenvolvem segundo a regulamentação da FCI (Fédération Cynologique Internationale), sediada na Bélgica, a subdivisão respeita atualmente uma organização de todas as raças existentes, ordenadas em 10 grupos caninos distintos, de acordo com a função e utilidade, e ainda suas características físicas e psíquicas, como porte, tipo, variedade e temperamento.Nesta seção, você pode procurar por todas as raças de cães organizadas em seus respectivos grupos. Esta é uma listagem das raças de cães reconhecidas internacionalmente pelo sistema FCI / CBKC, e dividas por grupos.

As exceções ficam por conta das raças listadas no Grupo 11, que refere-se às raças reconhecidas pela CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia), mas que não obtiveram reconhecimento internacional.

Grupo 1 (cães pastores e boiadeiros)

Não é difícil imaginar que, ainda em tempos remotos os pastores sentiram a necessidade de proteger os seus rebanhos, tanto dos ataques de animais selvagens, quanto do próprio homem, e que pensaram em solucionar estes problemas recorrendo aos cães, que provavelmente já eram utilizados na caça e proteção de propriedades.

Era necessário, porém, que estes cães pastores apresentassem um tipo físico específico. Deveriam ser fortes e velozes, particularmente resistentes às intempéries e longas caminhadas, e que tivessem uma pelagem clara, para que pudessem ser facilmente identificados em meio ao rebanho, mesmo à noite.

A seleção natural e a domesticação produziram esses cães ainda em tempos antigos, com origem provável no continente asiático, e é plausível afirmar que os primeiros exemplares tenham chegado a Europa acompanhando os mercadores fenícios, que usavam esses cães como objeto de troca.
Outras hipóteses propostas são que esses cães teriam seguido às legiões romanas que voltavam das expedições ao Oriente, ou ainda migrado à Europa com os Cumanos, povo de origem tártara, que no século XI, vencidos pelos Mongóis, retirou-se da região da Moldávia até a Hungria.

Graças à excepcional inteligência, vigor físico e notável resistência, os cães pastores e boiadeiros de hoje exercem ainda inúmeras outras funções além de suas tarefas tradicionais.

Veja abaixo, as raças de cães pastores e boiadeiros, (exceto os boiadeiros suíços). Agrupamos todas as raças de cães pertencentes ao Grupo 1 da FCI, como o Pastor Alemão, o Border Collie, o Bouvier de Flandres, entre outras.

Grupo 2 (pinschers, schnauzers e molossóides)

Cães de Guarda, Trabalho e Utilidade – Apesar de haver um grande número de raças que pertencem a este grupo canino, pode até mesmo parecer um número pequeno se levarmos em conta que não existe cão que, por instinto, não vigie a casa ou que não reaja ao ver o dono sob alguma ameaça.

Na verdade, neste segundo grupo das raças caninas, a Cinofilia internacional procurou reunir sobretudo aquelas que cumprem tradicionalmente as funções de cão de guarda e defesa desde tempos distantes, e também as chamadas raças de utilidade, isto é, os cães trabalhadores, que exercem com boa aptidão diversas atividades que auxiliam o homem.

Fazem parte deste grupo canino as raças que participam nas exposições das chamadas “provas de trabalho” e que são classificadas pelos aspectos físicos e psíquicos requeridos pelos respectivos padrões.

Entre os cães de guarda e de defesa encontramos os cães de montanha e os mastins, descendentes dos antigos molossos, entre eles os cães de montanha dos Pirineus, os São Bernardos, os Berneses, os Terranovas entre tantos outros.

Também fazem parte do grupo dos cães de guarda e trabalho, as raças germânicas altamente especializadas como o Rottweiler, o Boxer e o Dobermann.

Veja abaixo as raças de cães pertencentes ao Grupo 2 (cães pinschers, schnauzers, molossóides, boiadeiros e montanheses suíços e raças assemelhadas).

Grupo 3 (cães terriers)

O termo terrier provém da palavra latina “terra” que define os cães destinados a caçar em terra, ou seja, na toca.

Embora muito debatida, há muito tempo acreditava-se na teoria de que todos os terriers tiveram origem na Grã-Bretanha. Hoje, especialistas inclinam-se a acreditar, que os antepassados da maioria dos terriers foram levados às ilhas inglesas em épocas anteriores à nossa era e, embora cães idênticos permanecessem na Europa continental e em outras partes do mundo, distintas circunstâncias favoreceram a evolução das variedades estabelecidas na Grã-Bretanha.

Por serem pequenos, resistentes e, portanto, fáceis de se manter, além de serem úteis nas diversas atividades de caça de toca, os cães terriers eram, em tempos não tão distantes, criados principalmente por pessoas de poucos recursos. Os Terriers modernos são às vezes muito diferentes dos seus rústicos antepassados.

A popularidade que obteve uma ou outra raça, muitas vezes não dava tanta importância às suas habilidades como caçadores do que à beleza da pelagem e demais caprichos da moda, como cor, posição das orelhas e da cauda, etc. Mas apesar destes caprichos humanos, um verdadeiro cão terrier, de qualquer raça que seja, possui as mesmas qualidades físicas e psíquicas que os tornaram populares há quase 2 mil anos.

Veja abaixo as raças de cães pertencentes ao Grupo 3 (cães terriers).

Grupo 4 (dachshunds)

O quarto grupo das classificações das raças de cachorros reúne os três tipos de bassets alemães, conhecidos como “Dachshund” ou “Teckel”. Embora sejam considerados raças independentes, possuem um único padrão oficial.

Originalmente os Dachshunds são conhecidos como cães de toca por natureza. Devido ao apurado olfato e seus dotes físicos, desempenham as funções de caça de toca com extrema aptidão. Apesar de conhecermos os Dachshunds como afetuosos e inteligentes cães de companhia, na Alemanha e na Inglaterra, ainda hoje, são utilizados para caçar animais de toca.

A característica física mais marcante dos dachshunds é a visível desproporção entre o corpo alongado e os membros curtos, típicos dos bassets alemães. Destacam-se ainda pelo apuradíssimo olfato, que lhes permitem seguir a mais tênue das pistas.

Veja abaixo as raças de cães pertencentes ao Grupo 4 (cães dachshunds).

Grupo 5 (spitz e cães do tipo primitivo)

O Spitz e outras raças do grupo 5, conhecidos também como cães nórdicos ou de cães de tipo primitivo, apresentam mais coisas em comum do que a região de origem.

A vasta pelagem dupla, as orelhas de forma triangular e o rabo pontudo, geralmente dobrado acima do dorso são apenas algumas das similaridades destas raças de cães, que compartilham ainda a aparência e o comportamento semelhantes aos dos lobos.

Em geral são raças de cães muito resistentes ao frio e a longas caminhadas, e também muito fortes, como por exemplo o Akita, o Husky Siberiano e o Malamute do Alaska, capazes de executarem trabalhos de tração, pastoreio e até guarda e rebanhos.Estes cães adaptam-se melhor em climas frios, amam a baixa temperatura e são aptos a se locomoverem com facilidade na neve.

Os cães do quinto grupo das classificações das raças são em geral muito dóceis, sociáveis e não gostam de viver sozinhos, preferindo sempre a vida em matilha. Apesar de inteligentes, são cães considerados independentes e por vezes um pouco teimosos, mais indicados para proprietários experientes.

Confira abaixo a lista das raças de cães pertencentes ao Grupo 5 (spitz e cães do tipo primitivo).

Grupo 6 (farejadores e raças assemelhadas)

O sexto grupo das classificações das raças caninas reúne os sabujos e os cães farejadores. Estes cães apresentam excepcional resistência física, além de inigualável olfato e capacidade de perseguição.

Mais do que qualquer outro cão, os sabujos conservaram o instinto para o trabalho coletivo, isto é, em matilha, típico, ainda hoje de muitos canídeos selvagens. Enquanto outras raças acentuam a individualidade, muitas vezes em prezuízo de seus instintos gregários, os sabujos e farejadores manifestaram específicas condições psíquicas que lhes tornam mais fácil a convivência entre os seus semelhantes. Embora estes cães farejadores sejam considerados ainda hoje especializados nas funções de caça, muitas das raças deste grupo tornaram-se ao longo do tempo capazes de desempenhar outras funções. O Bloodhound por exemplo é utilizado com sucesso como cão policial, enquanto outras raças deste grupo como o Beagle e o Basset Hound são considerados maravilhosos cães de companhia.

Confira abaixo, as raças do grupo 6.

Grupo 7 (apontadores)

Os cães de mostra, ou cães apontadores foram desenvolvidos com o a intenção de se criar um cão apto a auxilar o caçador na chamada caça moderna, ou seja, a atividade de caça com a presença de armas de fogo.

O cão apontador pode ser definido como aquele que é capaz de mostrar ao caçador quando adverte a presença da presa, isto depois de haver explorado atentamente o terreno, seja muito extenso ou pouco vasto. Percebendo a presença da presa, este tipo de cão permanece imóvel como uma estátua, tensionando cada músculo do corpo, demonstrando sua total atenção, com a cauda vibrante e apontando com o focinho em direção a presa.Dentre as raças mais conhecidas no grupo dos cães apontadores estão os setters e os pointers, raças pertencentes a seção dos pointers e setters britânicos e irlandeses.

Também bastante difundidas na Europa, estão a raças de cães como os bracos e os perdigueiros, que fazem parte da seção das raças de apontadores do tipo continental.

Veja abaixo as raças desse grupo.

Grupo 8 (retrievers, levantadores e cães d’água)

Algumas das raças deste grupo, o oitavo das classificações caninas, figuram entre as mais populares em todo o mundo.

Originalmente os retrievers, ou recuperadores de caça, eram os cães responsáveis em buscar a presa abatida e trazê-la ao caçador. Os levantadores de caça são aqueles cães que também desempenham a função de espantar a presa para que possa ser avistada à distância.

Algumas destas raças enfrentam facilmente qualquer tipo de terreno, como por exemplo a maioria dos spaniels. Outras tornaram-se especialmente aptas a realizarem trabalhos na água, como o Cão D’água Português, o Barbet, entre outras. Criadas para desempenhar diversas funções nos trabalhos de caça, ao longo do tempo estes cães também tornaram-se conhecidos por serem capazes de trabalhar em outras atividades com maestria.

Devido à notável facilidade de adestramento e ao excelente faro, algumas destas raças de cães retrievers, levantadores e cães d’água, como o Golden Retriever, o Labrador, entre outras, são utilizadas nos dias de hoje em importantes funções, como cães guia, farejadores e cães de salvamento.

Veja abaixo as raças desse grupo.

Grupo 9 (cães de companhia e toys)

O grupo é composto por raças que possuem um perfil de acompanhante, criando uma relação com seus donos e proporcionando a eles bons momentos. Apesar de ser um grupo heterogêneo, com diferentes tipos de cães, todos possuem características comuns, como o tamanho pequeno, a fácil socialização e a boa relação com pessoas.

Veja abaixo as raças desse grupo.

Grupo 10 (galgos ou lebréis)

O nome Lebrél deriva de “lebre”, e foi atribuído a este tipo de cão, talvez por serem grandes velocistas, assim como o pequeno animal silvestre, ou talvez porque a caça à lebre tenha sido uma das funções que no passado eram confiadas a muitos cães deste tipo.

As raças deste grupo sempre representaram a aristocracia das raças caninas. Durante séculos, os cães Lebreis, também chamados de Galgos, foram companheiros de príncipes e soberanos. Como costuma acontecer, as origens deste grupo canino são remotas e muitas as teorias propostas. Seja como for, descendam de uma origem comum e única ou de origens diversas, todos os lebreis apresentam as mesmas características físicas. Com aparência elegante, focinho comprido e afilado, patas longas, peito estreito e profundo, músculos fortes, além de excepcional visão, os lebréis são verdadeiras máquinas de corrida.

Os lebreis são apreciados hoje em dia principalmente como cães de companhia e de luxo, embora algumas raças deste grupo continuem sendo utilizadas para funções de caça, corrida e ainda outras atividades esportivas.

Veja abaixo as raças de cães desse grupo.

Grupo 11 (raças com registro provisório)

Contém as raças de cães que não são reconhecidas internacionalmente (sistema FCI), mas podem obter o registro no Brasil.